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RESUMOS DAS SESSÕES DE PÔSTERES

ANDRESSA BORBA

Curadoria educativa em museus de arte – três perspectivas 

Desde meados dos anos 1990, a partir do fenômeno social denominado educational turn, busca-se cada vez mais pensar sobre o papel educacional da arte para além de si mesma, fazendo crescer o número de museus que possuem setores educativos próprios. Na sua origem, esses setores surgem para complementar, divulgar e promover os discursos e conteúdos da entidade a que pertencem, objetivando maior acessibilidade e fruição por parte do público. Com base na minha experiência como mediadora em museus de arte, pude testemunhar e vivenciar tanto o funcionamento prático, como as diferentes disputas de poder que ocorrem internamente entre esse e os demais setores da instituição. Motivada por esses precedentes, minha pesquisa versa sobre exposições de arte que tiveram curadoria educativa, ou seja, em que o setor educativo assumiu um papel curatorial. Através de três exemplos – um local, Infâncias: diferentes formas de ver e sentir (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, 2017); um nacional, Educação como matéria-prima (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2016); e um internacional, Lección de Arte, (Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, 2017/2018) – pretendo analisar algumas das implicações e consequências dessa nova dinâmica.

 

Palavras-chaves: curadoria educativa, educational turn, arte-educação, exposição de arte.

CAMILA PASTORI

Um outro discurso possível: a ação Codex Nuestro (Que estás en España)

 

Na exposição Uruguayismos, ocorrida no segundo semestre de 2017, no Museu de Arte Contemporânea da cidade de Lima, no Peru, o artista uruguaio Martín Sastre convidou o público peruano a fazer uma cópia das imagens que integram o Codex Trujillo, um conjunto de aquarelas do século XVIII que mostram a vida e os costumes da população do vice-reinado do Peru. A ação ocorreu apenas dois meses após 136 aquarelas integrantes desse Codex terem sido leiloadas, na Espanha. O Museu de Arte de Lima, único arrematante, foi impedido de ficar com as obras porque o governo espanhol exerceu direito de preferência na compra. A proposta artística convocada almejava possibilitar que o documento retornasse ao seu país de origem graças aos seus próprios cidadãos. Essa pretensão opõe-se ao domínio material e simbólico que continua sendo exercido pela Espanha em relação as suas antigas colônias, diversificando as narrativas vigentes, criando os novos relatos abordados por Néstor Canclini. Pretende-se detalhar essa proposta artística e apontar possíveis referências através de uma análise em três níveis: a obra em si, no conjunto da produção do artista e integrando a exposição.

 

Palavras-chave: Martín Sastre; Codex Trujillo; Exposição Uruguayismos.

CAMILA SALVÁ

Um outro retrato: a imagem de João Fahrion na voz de pessoas que ele representou

 

Um dos mais importantes nomes da história da arte do Rio Grande do Sul, João Fahrion (1898–1970) foi o mais requisitado retratista atuante em Porto Alegre entre as décadas de 1930 e 1960, tendo ajudado a construir a imagem da elite local. Tido como uma figura discreta, reservada e, muitas vezes, carrancuda, ele é comparado a um “caramujo” por Círio Simon. Essa percepção muda, todavia, quando são entrevistadas pessoas que posaram para o artista: a partir de entrevistas feitas com Lucila Conceição e Roseli Becker foi possível vislumbrar diferentes aspectos da personalidade do pintor João Fahrion. É sobre esse recorte, em especial, que versa a pesquisa em andamento. Para esta investigação, desenvolvida no âmbito do projeto Percursos do Modernismo no Rio Grande do Sul​, localizei e entrevistei pessoas que foram retratadas por Fahrion. A partir dessa vivência, discuto os seguintes pontos: Qual a imagem do artista segundo as entrevistadas? Como ele trabalhava? E como era sua relação com essas mulheres? Trago ainda a problematização acerca das discrepâncias e armadilhas da memória, o que certamente torna a entrevista como prática metodológica não só difícil, mas fascinante.

 

Palavras-chaves: ​João Fahrion; Percursos do Modernismo no Rio Grande do Sul; Retrato; Metodologia; Entrevista.

CAROLINA DA COSTA
CRISTINA BARROS

A Casa Jamardo e a formação do sistema artístico no Rio Grande do Sul

 

O presente resumo integra o trabalho de conclusão do curso de Bacharelado em História da Arte, de mesmo nome e que está em andamento, e tem como tema a formação do sistema artístico no Estado do RS, sendo abordado a partir da atuação de lojas comerciais localizadas no Centro de Porto Alegre. Estes espaços tiveram uma ativa participação na consolidação de um mercado e sistema artísticos inexistentes até então. Devido a ausência de galerias, os artistas contavam com o auxílio de lojistas, que cediam as vitrines e salas de suas lojas para a organização de exposições. Com o foco na década de 1920, o cerne do estudo é a Casa Jamardo, uma loja de móveis de luxo da capital que prestou serviços para órgãos do Estado, e que também hospedou e cedeu espaço para a divulgação do trabalho de artistas e foi um ponto de encontro para a discussão e a organização de eventos, como o Salão de Outono de 1925. Outros locais também cumpriam a mesma incumbência, porém a Casa Jamardo se destaca pela quantidade e relevância das exposições promovidas, destacando-se as exposições de Gastão Worms (1905- 1967) e Francis Pelichek (1896-1937). Pretende-se, portanto, explorar o ambiente cultural que pairava sobre o solo gaúcho em um período de grande efervescência cultural ainda pouco conhecido.

 

Palavras-chave: sistema artístico; Casa Jamardo; arte no Rio Grande do Sul.

Crítica de arte contemporânea: lugares, desafios e implicações

Diante da crise na qual a crítica de arte viu-se cercada a partir dos anos 1960, principalmente pelo esgotamento teórico-conceitual em relação às novas manifestações artísticas que surgem no rompimento com a utilização de suportes tradicionais e discursos formais, alguns críticos de arte, como Frederico Morais, passam a trabalhar na busca de reformulações para a atividade crítica, a fim de torná-la mais aberta e criativa. Considerando, portanto, as concepções defendidas por Frederico Morais em sua proposta de “Nova Crítica”, termo que passa a ser utilizado em seus escritos a partir do ano de 1969, este trabalho busca compreender, através de uma revisão bibliográfica de textos críticos e curatoriais, qual o espaço, os desafios e as implicações que a atual crítica de arte herdou dessa reformulação que já perpassa quase cinco décadas.

Palavras-chave: Crítica de arte. Frederico Morais. Nova Crítica. Arte contemporânea.

DAIANE MARCON

Libindo Ferrás nos discursos da crítica e historiografia da arte do Rio Grande do Sul

 

Na História da Arte do Rio Grande do sul, Libindo Ferrás (1877-1951) possui lugar cativo: ocupa geralmente o posto de pintor acadêmico local. Apesar de ter sua obra pouco debatida (não há ainda estudos monográficos sobre Ferrás), é um personagem de importância capital do sistema artístico do Estado, portanto mencionado com frequência -- habitualmente como uma referência de o que há de mais tradicional e retrógrado na pintura local. Um dado, porém, é curioso: durante mais de uma década, Ferrás produziu, expôs e teve renome na cidade, tanto entre os críticos de postura conservadora quanto entre artistas com orientação mais moderna. A pesquisa pretende investigar tal virada na percepção da obra do artista, quais as influências teórico-ideológicas que estão em jogo e como se dá a cristalização deste julgamento acerca da produção de Libindo Ferrás. Para isso, recupera-se críticas de arte da época de atividade do artista e discute-se as posições da crítica moderna do Rio Grande do Sul, principalmente a partir dos escritos de Angelo Guido. A partir disso, analisa-se como essa postura moderna ressoa em escritos de historiadores da arte desde a década de 1970 até o século XXI sem certas reavaliações e problematizações.

 

Palavras-chave: Arte no Rio Grande do Sul; Historiografia da Arte; Crítica de Arte; Libindo Ferrás.

DÉBORA FLECK

Carregar na cabeça: ser corpo-cariátide

 

A pesquisa trata de figuras femininas com elementos apoiados nas cabeças, compreendendo a imagem do corpo para além da sua dimensão estético-formal. Atenta às repercussões dos efeitos desse tipo de figura, busca uma episteme para o conceito de “corpo-cariátide”, que nomeio como “corpo de segunda linha”. Por meio da montagem mnemônica de imagens, escritos e objetos, alinhada aos estudos de Warburg e seu Atlas Mnemosyne e às contribuições teóricas de Didi-Huberman, a investigação parte do entendimento de que a justaposição de imagens constitui um potente arquivo histórico. Com a filosofia da diferença, pensa-se a imagem enquanto presença, a qual move sentidos e ensina modos de vida. As imagens de mulheres com peso na cabeça carregam, no anacrônico de seus múltiplos sentidos, a sobrevivência de sua forma expressiva: representações figurativas do corpo feminino submisso, serviçal e secundário, passível de ser encontrado no imaginário ocidental.

Palavras-chave: Arte; História; Imagem; Corpo; Figura.

DIEGO VACCHI

A 33ª Bienal de São Paulo e o fim do curador-autor

 

O presente trabalho parte de análise feita sobre a fala do curador da 33ª Bienal de São Paulo - que ocorre neste ano -, Gabriel Pérez-Barreiro, em sua entrevista à revista Select (2017/1). Nela, o mesmo sentencia o fim do conceito de um curador-autor para o evento e defende uma concepção onde não priorizará a escolha de um tema central como eixo. A proposta, assim, é situar, na história da arte, o surgimento do termo curador-autor na contemporaneidade à sua negação recente por Barreiro, em breve contextualização. A metodologia utilizada será a seleção, organização e análise de fontes bibliográficas, incluindo documentários e entrevistas do curador a programas. No trajeto, terá destaque o crítico Mário Pedrosa e sua influência no trabalho de Barreiro. A Bienal de SP, com o título de Afinidades Afetivas, faz uma alusão direta à Pedrosa. Desta forma, apresentar, em síntese e de forma comparativa essa reconfiguração do sentido curatorial na arte contemporânea.

Palavras-chave: Curadoria; Bienal de São Paulo; Sistema das Artes.

FLÁVIA AMPESSAN

Visualidades na obra de Nelson Jungbluth (1950-1970)

O presente resumo refere-se ao estágio inicial do trabalho de conclusão em História da Arte, cujo tema é a produção do ilustrador Nelson Jungbluth (Taquara, 1921–Porto Alegre, 2008) na Varig, entre os anos de 1950 e 1970. Jungbluth redesenhou a identidade visual da marca, criando a icônica rosa-dos-ventos, e produziu inúmeros cartazes que ilustraram vitrines em lojas da Varig espalhadas por todo o mundo. Entretanto, este material foi muito pouco pesquisado, assim como sua relevância. Com esta pesquisa, busca-se apresentar de forma estruturada o material encontrado referente à criação do logotipo e cartazes da Varig e, a partir destes, fazer uma análise enfatizado aspectos da visualidade, analisando quesitos intrínsecos da imagem, mas sempre consciente do contexto no qual este material foi criado. Os métodos utilizados para desenvolver tal pesquisa serão a consulta à biografia do artista junto a uma revisão bibliográfica sobre teoria da imagem, utilizando autores como W.J.T. Mitchell e Martine Joly. Além disso, serão feitas leituras de imagem de cartazes selecionados e uma análise da identidade visual da Varig criada por ele. Em fase de desenvolvimento, ainda construo hipóteses sobre o tema.  A previsão da finalização deste trabalho é dezembro de 2018.

 

Palavras-chave: Nelson Jungbluth; ilustração; cultura visual; imagem.

GABRIELA WIECZOREK

Três mulheres – feminismo na arte contemporânea polonesa
 

No período de março a maio de 2011 a Zachęta National Gallery of Art, em Varsóvia na Polônia realizou a exposição 3 Kobiety – em português 3 Mulheres – relacionando, de forma inédita, o trabalho de três artistas pioneiras em abordar questões do feminismo na arte contemporânea polonesa a partir da década de 1960. Com curadoria de Ewa Toniak, além de demonstrar que Maria Pinińska-Bereś, Natalia Lach-Lachowicz e Ewa Partum não foram casos isolados da produção nacional ou soviética, mas que, apesar das barreiras comunicacionais e políticas, partilhavam de ideais e poéticas dos feminismos da arte contemporânea existentes no bloco ocidental ao utilizarem da performance, fotografia e instalação para discutirem o papel da mulher, sua voz e seu corpo na sociedade. A intenção da pesquisa – que ainda está em curso – é traduzir, mapear e criar relações para além da arte polonesa baseadas em aspectos essenciais da obra dessas três artistas pouco discutidas fora da região onde atuaram, sobretudo pelo teor político e explícito de sua produção. Por tal motivo, o trabalho tem o alicerce metodológico de teorias feministas da arte e, principalmente, de arquivos de entrevistas e palestras das artistas.

 

Palavras-chave: Ewa Partum; Maria Pinińska-Bereś; Natalia Lach-Lachowicz; feminismo; arte contemporânea; Polônia.

JOANA ALENCASTRO

Acervo iconográfico Otto Desenhos Animados: vinte anos de ilustração e pintura em acetato

 

O conteúdo do acervo iconográfico da produtora audiovisual de animação Otto Desenhos Animados é constituído principalmente de acetatos de animação, além de desenhos originais e cenários dos filmes e peças publicitárias produzidos entre 1978 e 1998, em Porto Alegre. Os acetatos são lâminas transparentes de celulose onde são pintadas as imagens de um filme. Ao longo dessas produções, a Otto Desenhos acumulou obras de inúmeros artistas gráficos importantes do Rio Grande do Sul. A metodologia de pesquisa adotada consiste na identificação, organização, descrição e registro fotográfico do material, identificando títulos de filmes e propagandas, nomes dos artistas responsáveis pela pintura, ano de produção e contextualização histórica. Desta forma, é possível um mapeamento imagético da produção de desenho animado pela Otto Desenhos Animados. A pesquisa sobre este acervo iconográfico único cria a oportunidade de uma aproximação com a história do cinema de animação brasileiro além de difundir o acesso a material iconográfico essencial para a história da arte no Brasil.

 

Palavras-chave: Acervo iconográfico; acetato; Otto Desenhos Animados; animação; cinema.

JULIANA PROENÇO DE OLIVEIRA
LAURA GRUBER

A memória institucional e artística no RS: o retrato desaparecido de Alberto da Veiga Guignard

A partir do projeto “Apagamentos da memória na arte: políticas espaciais e temporais”, sob coordenação da Profa. Mônica Zielinsky, surge o seguinte problema de pesquisa: de quais maneiras o desaparecimento do “Retrato de mulher”, de Guignard, e o resgate desse episódio pela dupla Ío, na obra “Cleptomancia”, refletem as políticas de memória institucional e artística no RS? Busca-se, neste estudo, melhor compreender o desaparecimento da pintura, integrante do acervo da Prefeitura de Porto Alegre, nos anos 1980; investigar a repercussão desse fato e analisar como a dupla Ío vem o abordando em “Cleptomancia”. O trabalho justificase pela falta de pesquisas na área, visando facilitar novos estudos e estimular revisões institucionais. O referencial teórico básico são escritos sobre memória na contemporaneidade, como os de Halbwachs (2006), Nora (1997), Ricoeur (2007) e Huyssen (2000), incluindo os estudos transdisciplinares de Canclini (2016) e referências a obras desaparecidas (Phelan, 1993). A pesquisa se realiza, ainda, com levantamentos documentais e entrevistas, e com a avaliação das repercussões de “Cleptomancia”. Seus resultados parciais indicam: a falta de informações sobre o desaparecimento da tela, expondo a fragilidade dos acervos locais; as implicações institucionais do episódio, vez que a perda ocorreu sob a guarda do Margs; e as diversas possibilidades de abordagem crítica do tema – a dupla Ío apresentou “Cleptomancia” como uma investigação.

 

Palavras-chave: desaparecimento de obras de arte; memória artística; memória institucional em museus; Alberto da Veiga Guignard; Ío.

Brasil nativo/Brasil alienígena e a construção do ​outro 

Em Brasil nativo/Brasil alienígena, de 1977, Anna Bella Geiger parte da apropriação de cartões postais da Editora Bloch que retratam pedagogicamente índios em situações tais como portando arcos e flechas ou à beira de um rio, para se colocar mimetizando o índio de cartão postal em um ambiente urbano, evidenciando seu estranhamento perante a imagem deste índio idílico. A ideia de um Brasil nativo, genuíno, representado pela figura do indígena foi bastante veiculada durante o período da ditadura civil-militar. A partir de uma leitura de imagem de Brasil nativo/Brasil alienígena​, analisaremos a fabricação do índio como este outro, numa espécie de orientalismo nacional. Para isso, buscaremos, por um lado, compreender a veiculação destes postais, bem como as questões imediatas às quais poderiam estar ligados — vide a criação da FUNAI ou a construção da Transamazônica, por exemplo — e, por outro lado, analisaremos tais cartões postais a partir de Edward Said e seu Orientalismo — O Oriente como Invenção do Ocidente.

 

Palavras-chave:​ Anna Bella Geiger; Orientalismo; Brasilidade; Ditadura Civil-Militar; Indígenas no Brasil

LIZÂNGELA GUERRA

Rituais impressos na arte glíptica babilônica

 

A presente pesquisa está inserida no projeto “Arte, História e Cultura Material: um estudo de Selos-cilindros Mesopotâmicos”, cujo objetivo é investigar a iconografia e as inscrições cuneiformes dos selos-cilindros pertencentes a tradições mesopotâmicas. Os selos-cilindros consistem em cenas gravadas em pedras cilíndricas, que eram roladas sobre argila para produzir frisos com figuras e padrões. A pesquisa pretende analisar selos provenientes da Babilônia em que aparecem imagens de divindades. O objetivo é compreender a crença, o culto e a percepção sensorial enquanto aspectos da cognição mesopotâmica. Será utilizada a metodologia proposta por Erwin Panofsky. Após seleção das imagens, será feita a descrição dos objetos e cenas, bem como a identificação de dados como dimensões, datação, matéria-prima e proveniência. Será então realizada a análise iconográfica, em que se identificarão personagens, gestos, ações, alegorias e mitos, com apoio de obras de referência e textos literários. Por fim, espera-se interpretar o significado intrínseco do conjunto dos objetos, buscando compreender as práticas rituais e as suas representações no contexto histórico e social da cultura babilônica.

 

Palavras-chave: Selos-cilindros; Mesopotâmia; divindades; práticas rituais; Antiga Babilônia.

DÉBORA FLECK
MARIA CLARA HAGEN

Animais Divinos e Terrenos: A Fauna nos Selos-Cilindros Mesopotâmicos

 

O presente estudo tem como objetivo identificar, analisar e catalogar a arte glíptica e inscrições dos selos-cilindros da tradição Mesopotâmica a partir de uma perspectiva multidisciplinar entre História, Arqueologia e História da Arte. Como recorte temporal, foi escolhido o período do II milênio AEC até o I milênio AEC. A pesquisa está inserida no projeto “Arte, História e Cultura Material: um estudo de selos-cilindros Mesopotâmicos” e realizada no Laboratório de Estudos da Antiguidade Oriental (LEAO) da UFRGS. Dentro desta concepção, o presente projeto foca-se na análise da iconografia dos animais, tanto representações da fauna real como figuras fantásticas da mitologia. Estas figuras estão presentes na arte do período não apenas como ilustrações mas contendo grande valor simbólico e religioso. O estudo destes diminutos objetos do cotidiano, desta forma, pode nos revelar informações sobre a mentalidade, a espiritualidade e sociedade mesopotâmicas. A metodologia utilizada será a análise visual em três etapas elaborada por Erwin Panofsky. Ao analisar os cilindros de pedra, serão identificadas simbologias comuns, marcas de periodização e relações com obras literárias contemporâneas de modo a classificá-los, posteriormente organizando-os em uma iconoteca a ser distribuída em um website como recurso para estudo, ensino e elaboração de futuros trabalhos.

 

Palavras-chave: Mesopotâmia; história antiga; cultura material; selos-cilindros

RAPHAEL D'ANTONA

Arte e transgressão: Claudia Barbisan

 

O subprojeto “Arte e transgressão: Claudia Barbisan”, nasce a partir do projeto de autoria e coordenação da prof.a Mônica Zielinsky “Apagamentos da memória na arte. Políticas espaciais e temporais.”, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS. A pesquisa parte da seguinte questão: de que modo pode-se compreender o perfil transgressor da arte de Claudia Barbisan (1965-2015) e de que forma ela se situa em relação à História da Arte no Rio Grande do Sul? Esta investigação tem por intuito revelar aspectos ainda ignorados sobre a trajetória da artista e sua relevância no atual contexto, considerando a extensa atuação de Barbisan no circuito artístico, na academia e na cena contracultural porto-alegrense. Para tanto, lançamos mão de uma bibliografia versando sobre a identidade do artista (Nicolas Bourriaud, 2003), a arte rio-grandense nos anos 90, (Bulhões, 1995; Carvalho, 2002), a arte neovanguardista na pós-modernidade (Hal Foster, 2005), e a memória cultural (Andreas Huyssen, 2014) considerada dialeticamente em relação aos apagamentos e a escrita da história no contexto local. As conclusões parciais abrem um diálogo com problemáticas acerca da cultura, da identidade, e das dinâmicas do espaço urbano.

 

Palavras-chave: Pós-modernismo. Arte rio-grandense. Contracultura. Cláudia Barbisan.

SOPHIA DE CURTIS

Instalasom: um encontro entre artes visuais e música

 

Este projeto de pesquisa é sobre a obra InstalaSom, uma instalação multimídia com música do maestro Antonio Carlos Cunha e objetos plásticos criados por Maia Mena Barreto, estreada em 1989, na Reitoria da UFRGS. Na abertura da exposição, a música foi interpretada por um grupo de instrumentistas, junto à instalação visual em que foram utilizados materiais de forte apelo regional (porongo, ferro, barba de pau), compostos com formas orgânicas que antecipavam a trajetória dos sons. O estudo da obra incluirá revisão da bibliografia, realização de entrevistas com os artistas e análise das entrevistas e da partitura de InstalaSom. A análise das entrevistas será através da história oral, utilizando-se a metodologia de Roque Moraes, em que o conteúdo é dividido em unidades que depois são descritas, categorizadas e interpretadas. O trabalho permitirá entender o processo de elaboração da obra, as fontes de inspiração e a troca entre os dois artistas, em consonância com o objetivo geral do projeto que é analisar a interação entre música e objetos plásticos presentes na obra InstalaSom como resultado da interação entre o trabalho do músico Antonio Carlos Borges Cunha e da artista visual Maia Mena Barreto.

 

Palavras-chave: Instalação; Música Experimental Contemporânea; Assemblage.

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